quinta-feira, 28 de março de 2013

A mãe da noiva



A mãe da noiva
                                                                                     Por Claudete Machado Cerqueira

Muito se fala sobre as emoções do pai da noiva, mas existe um personagem fundamental no meio da excitação criada com o anúncio do casamento da filha: a mãe da noiva.
Minha filha vai se casar e agora já não consigo mais pensar em outra coisa!
Inicialmente aflora um sentimento de alegria e muitas promessas de felicidade para uma nova etapa que se anuncia. Mãe e filha se abraçam reconhecendo a grandiosidade desse momento e começam juntas a sonhar e desenhar os planos para realização desse sonho com data e hora marcadas.
Sim, parece confuso, mas o casamento da filha também traz à tona os sonhos da mãe. Ainda mais quando entre elas existe afinidade!
Em algumas situações os sonhos se fundem e se expandem! Em outras prevalecem as diferenças que devem ser respeitadas se abrindo um espaço para priorizar o sonho e o desejo da filha, é claro!  Nessa hora a mãe precisa perceber o momento de recuar, de saber ouvir e valorizar a escolha da filha. Mas nem sempre é tão simples, pois tudo fica misturado em tanta emoção que é fácil confundir as escolhas e os desejos!
De repente o noivo pode assumir uma posição de um expectador calado ou entusiasmado, acompanhando e apoiando o evento ganhar corpo. Será que o casamento é mesmo um sonho exclusivamente feminino?
Mas parece que os noivos ficam felizes em ocupar o papel de coadjuvante nessa cena, apenas para garantir que a alegria e a felicidade da mulher amada sejam completas nesse dia.
Felizmente nesses tempos modernos podemos contar com a assessoria de uma cerimonialista para organizar e concretizar o sonho da noiva.
 O desejo de comemorar e compartilhar com a família e os amigos essa data tão importante requer planejamento minucioso e muita paciência para encontrar nas lojas da vida real as peças, as cores e as formas que se tem na imaginação!
Os profissionais do ramo se apresentam cada vez mais sofisticados nos dando um leque enorme de opções e estilo de festa. Conciliar o que o mercado nos oferece e o salgadíssimo preço a se pagar acaba por nos obrigar a ter que diminuir o tamanho do evento e a selecionar rigorosamente o número de convidados.
Indo para a planilha de custos, ficamos assustados com a calculadora, que não para de trabalhar!
Só mesmo o olhar feminino pode compreender e aceitar que uma pequena, porém elegante cerimônia de casamento possa custar o equivalente ou mais ao preço de um carro importado zero km.  O olhar masculino poderia dizer: como vou pagar por apenas 6 horas de festa o equivalente a um carro que poderei usar, no mínimo, 365 dias do ano? Compreensível?!
Ainda temos que argumentar com os maridos para provar que gastar muito dinheiro em tão pouco tempo é um ótimo investimento!...Dá para entender?!
- Claro que não, mas razão e emoção nem sempre caminham juntas!
É o preço dos sonhos!!!  
É a negociação que temos que fazer com a vida. Pagar o preço da realização de um sonho nunca custa barato, seja qual for a forma de pagamento exigida!
 E realizar os sonhos dos filhos é uma grande força impulsora das mães!
Um dia fui uma noiva e sabia que todos os olhares estariam direcionados a mim.
 Hoje sou a mãe da noiva e tenho consciência do que me espera, pois sei que vai rolar aquela comparação malvada da linha do tempo. Primeiramente, os convidados serão tomados pelo encanto da figura da noiva traduzindo a beleza e o frescor da juventude, e em seguida, vão olhar para a mãe da noiva imaginando como ela ficará no futuro. Isso não é desafiador?!!!! 
 Mas com toda expectativa e temores sinto-me privilegiada por poder propiciar a minha filha a realização do seu sonho de mulher, que me gratifica duplamente ao assumir o lugar de mãe da noiva.
Aos noivos, felicidade e muito amor!

 Por Claudete Machado Cerqueira
Publicado na Revista Estilo Off , março  2013.
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um bom começo - Claudete Machado Cerqueira

 
         Um bom começo
 
Por   Claudete Machado Cerqueira

                                                                                   
Chegou o dia primeiro de janeiro de 2013 renovando a esperança de dias melhores para as 5.570 cidades do nosso imenso Brasil! Nessa data tomam posse prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que deverão se incumbir de bem administrar seus municípios e bem cuidar da qualidade de vida de seu povo.

Assistimos pela televisão o drama de Caxias assolado pelo infortúnio de uma administração anterior denunciada pelos veículos de comunicação como corrupta e irresponsável. As imagens horrorosas de montanhas de lixo pelas ruas trazendo doenças e desconforto logo foram substituídas pela tragédia das chuvas que inundaram a cidade, no distrito de Xerém, desabrigando e matando muita gente. Comovia-me e angustiava-me com a expressão do prefeito eleito que buscava urgentemente encontrar soluções para tamanha tragédia! Ficava imaginando o tamanho do seu desespero ao se sentir tão impotente mediante a gravidade dos fatos que podem destruir instantaneamente uma cidade!

Conheço de perto esse sentimento! Em 2009, assim que Claudão assumiu, sofremos 3 enchentes de grandes proporções!

É doloroso saber que por mais que enviem recursos do governo estadual ou federal para se buscar voltar à normalidade, a cidade nunca se recupera totalmente e vai acumulando os danos das enchentes anteriores. Além do mais, nada poderá reparar o sofrimento de se perder as pessoas amadas, as casas, os pertences adquiridos com sacrifício e o trauma que nunca mais se apagará da mente.

Uma ansiedade tomava conta de mim ao pensar que dessa mesma fragilidade sofre Itaperuna!

Ficava monitorando o fluxo das águas imaginando de que forma nossa cidade poderia ser afetada ou teria chance de escapar das tão temidas enchentes. Mas o pior é que isso já virou uma rotina na vida do itaperunense!

Desde quando era criança já sentia esse temor! Naquela época nós morávamos numa casa alta onde atualmente é o edifício Rotary e da janela do meu quarto acompanhava o curso das águas que invadia as ruas até a altura da Avenida Cardoso Moreira. Ouvíamos todo tipo de recomendação sobre o quão perigoso era pisar naquelas águas que traziam muitas doenças e transformavam a cidade num imenso lamaçal!

Era triste e feio de ver! Era ruim sentir que uma ameaça pairava sobre nós!

Cresci. Tive que sair da cidade para estudar e quando volto em 2010 para trabalhar como secretária municipal, desejosa de colaborar com a cidade, me certifico que esses problemas se agravaram.

Pude concluir que Itaperuna só possui 2 estações do ano: a seca e as enchentes. Como se pode progredir assim?

Tratei de ouvir especialistas e buscar ajuda nos lugares certos.

Aprendi que para conseguirmos maiores recursos em verbas e equipamentos deveríamos ter uma secretaria de defesa civil única e independente. Nos empenhamos bastante em agilizar tudo o que pudesse ser feito para prevenir as tragédias com o monitoramento do prefeito Claudão que ansiava por solução. Então, podendo contar com o empenho do Coronel Douglas, do Capitão Joelson do Secretário Municipal França e a compreensão da Câmara Municipal, conseguimos realizar essa conquista. Hoje Itaperuna conta com uma secretaria de defesa civil e está apta a receber maiores recursos do governo estadual e federal. Sabemos que muito ainda existe a se fazer para melhor equipar e estruturar uma secretaria de tamanha importância para a cidade.

Fizemos reuniões com autoridades no assunto que propunham desde soluções simples às mais sofisticadas como conseguir instalar um canal Extravasor para desviar o curso das águas evitando enchentes na cidade. Porém junto a essas iniciativas deveríamos ter iniciado em janeiro de 2011 o projeto de reflorestamento de 97% de nossas matas ciliares para segurar as encostas e impedir o assoreamento dos rios. Todos sabem que o rio fica cada vez mais raso porque a água da chuva que bate nos morros sem vegetação para segurar a terra faz com essa terra se escorra e se deposite no fundo do rio tornando-o cada vez mais raso. Quando a chuva cai no rio sem profundidade a única saída das águas é se espalhar pelos arredores.

Essa proposta de proteger a cidade dos estragos causados pelas enchentes reivindica muito do governo municipal, estadual e federal, mas apela também para a conscientização da população em geral e dos órgãos de classe. É de extrema necessidade que cuidemos do lixo de nossas casas, do comércio e das ruas e é fundamental nos acostumarmos a não jogar lixo e objetos no rio. Atitudes sensatas que muito podem ajudar a cidade a se prevenir das enchentes!

Naquela época fui designada pelo prefeito Claudão a pedir uma solução ao governador para os problemas que sempre ameaçaram a cidade e ele (Sérgio Cabral) se mostrou sensibilizado, me encaminhando diretamente para a secretaria de meio ambiente pedindo a construção de um projeto que atendesse as necessidades de Itaperuna. Cheguei a mencionar o projeto do canal Extravasor que foi autorizado verbalmente pelo governador a ser desenvolvido pela mesma secretaria.

Tínhamos muitos problemas, mas os estudávamos atentamente abrindo nossas mentes para buscar a ajuda certa no lugar certo. Nesses nove meses à frente de uma secretaria municipal muito aprendi sobre a arte da política. São sinuosos os muitos caminhos que levam Itaperuna a ser contemplada com o bem que merece, mas insistimos em desenvolver a arte de descobrir os atalhos. Temos que saber claramente o que precisamos e defender com muita convicção as nossas necessidades e prioridades. É um exercício permanente de humildade, foco nas metas a serem alcançadas pelo governo e confiança nos propósitos que se tem no coração!



Infelizmente não tiveram prosseguimento nenhum dos tantos projetos assinados e iniciados pelo Claudão que iriam deslanchar em 2011 muito beneficiando nossa cidade! Lamentamos muito por esse comportamento vaidoso, individualista e absolutamente fora de propósito! Essa conduta assumida por muitos políticos já não é bem vista pela população que clama por um administrador que coloque a cidade em primeiro lugar!

Porém acreditando na sensibilidade dos itaperunenses e no desejo de ver a cidade caminhar em direção ao enfrentamento de seus problemas e em busca de soluções inteligentes, desejo ao novo prefeito Alfredão e sua equipe muito amor a Itaperuna, muita determinação e coragem para dar a cidade o que ela realmente precisa: UM BOM COMEÇO.


 Por Claudete Machado Cerqueira
Publicado na Estilo OFF - Ano 6/ nº 58 - Fevereiro 2013
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