quinta-feira, 28 de março de 2013

A mãe da noiva



A mãe da noiva
                                                                                     Por Claudete Machado Cerqueira

Muito se fala sobre as emoções do pai da noiva, mas existe um personagem fundamental no meio da excitação criada com o anúncio do casamento da filha: a mãe da noiva.
Minha filha vai se casar e agora já não consigo mais pensar em outra coisa!
Inicialmente aflora um sentimento de alegria e muitas promessas de felicidade para uma nova etapa que se anuncia. Mãe e filha se abraçam reconhecendo a grandiosidade desse momento e começam juntas a sonhar e desenhar os planos para realização desse sonho com data e hora marcadas.
Sim, parece confuso, mas o casamento da filha também traz à tona os sonhos da mãe. Ainda mais quando entre elas existe afinidade!
Em algumas situações os sonhos se fundem e se expandem! Em outras prevalecem as diferenças que devem ser respeitadas se abrindo um espaço para priorizar o sonho e o desejo da filha, é claro!  Nessa hora a mãe precisa perceber o momento de recuar, de saber ouvir e valorizar a escolha da filha. Mas nem sempre é tão simples, pois tudo fica misturado em tanta emoção que é fácil confundir as escolhas e os desejos!
De repente o noivo pode assumir uma posição de um expectador calado ou entusiasmado, acompanhando e apoiando o evento ganhar corpo. Será que o casamento é mesmo um sonho exclusivamente feminino?
Mas parece que os noivos ficam felizes em ocupar o papel de coadjuvante nessa cena, apenas para garantir que a alegria e a felicidade da mulher amada sejam completas nesse dia.
Felizmente nesses tempos modernos podemos contar com a assessoria de uma cerimonialista para organizar e concretizar o sonho da noiva.
 O desejo de comemorar e compartilhar com a família e os amigos essa data tão importante requer planejamento minucioso e muita paciência para encontrar nas lojas da vida real as peças, as cores e as formas que se tem na imaginação!
Os profissionais do ramo se apresentam cada vez mais sofisticados nos dando um leque enorme de opções e estilo de festa. Conciliar o que o mercado nos oferece e o salgadíssimo preço a se pagar acaba por nos obrigar a ter que diminuir o tamanho do evento e a selecionar rigorosamente o número de convidados.
Indo para a planilha de custos, ficamos assustados com a calculadora, que não para de trabalhar!
Só mesmo o olhar feminino pode compreender e aceitar que uma pequena, porém elegante cerimônia de casamento possa custar o equivalente ou mais ao preço de um carro importado zero km.  O olhar masculino poderia dizer: como vou pagar por apenas 6 horas de festa o equivalente a um carro que poderei usar, no mínimo, 365 dias do ano? Compreensível?!
Ainda temos que argumentar com os maridos para provar que gastar muito dinheiro em tão pouco tempo é um ótimo investimento!...Dá para entender?!
- Claro que não, mas razão e emoção nem sempre caminham juntas!
É o preço dos sonhos!!!  
É a negociação que temos que fazer com a vida. Pagar o preço da realização de um sonho nunca custa barato, seja qual for a forma de pagamento exigida!
 E realizar os sonhos dos filhos é uma grande força impulsora das mães!
Um dia fui uma noiva e sabia que todos os olhares estariam direcionados a mim.
 Hoje sou a mãe da noiva e tenho consciência do que me espera, pois sei que vai rolar aquela comparação malvada da linha do tempo. Primeiramente, os convidados serão tomados pelo encanto da figura da noiva traduzindo a beleza e o frescor da juventude, e em seguida, vão olhar para a mãe da noiva imaginando como ela ficará no futuro. Isso não é desafiador?!!!! 
 Mas com toda expectativa e temores sinto-me privilegiada por poder propiciar a minha filha a realização do seu sonho de mulher, que me gratifica duplamente ao assumir o lugar de mãe da noiva.
Aos noivos, felicidade e muito amor!

 Por Claudete Machado Cerqueira
Publicado na Revista Estilo Off , março  2013.
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um bom começo - Claudete Machado Cerqueira

 
         Um bom começo
 
Por   Claudete Machado Cerqueira

                                                                                   
Chegou o dia primeiro de janeiro de 2013 renovando a esperança de dias melhores para as 5.570 cidades do nosso imenso Brasil! Nessa data tomam posse prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que deverão se incumbir de bem administrar seus municípios e bem cuidar da qualidade de vida de seu povo.

Assistimos pela televisão o drama de Caxias assolado pelo infortúnio de uma administração anterior denunciada pelos veículos de comunicação como corrupta e irresponsável. As imagens horrorosas de montanhas de lixo pelas ruas trazendo doenças e desconforto logo foram substituídas pela tragédia das chuvas que inundaram a cidade, no distrito de Xerém, desabrigando e matando muita gente. Comovia-me e angustiava-me com a expressão do prefeito eleito que buscava urgentemente encontrar soluções para tamanha tragédia! Ficava imaginando o tamanho do seu desespero ao se sentir tão impotente mediante a gravidade dos fatos que podem destruir instantaneamente uma cidade!

Conheço de perto esse sentimento! Em 2009, assim que Claudão assumiu, sofremos 3 enchentes de grandes proporções!

É doloroso saber que por mais que enviem recursos do governo estadual ou federal para se buscar voltar à normalidade, a cidade nunca se recupera totalmente e vai acumulando os danos das enchentes anteriores. Além do mais, nada poderá reparar o sofrimento de se perder as pessoas amadas, as casas, os pertences adquiridos com sacrifício e o trauma que nunca mais se apagará da mente.

Uma ansiedade tomava conta de mim ao pensar que dessa mesma fragilidade sofre Itaperuna!

Ficava monitorando o fluxo das águas imaginando de que forma nossa cidade poderia ser afetada ou teria chance de escapar das tão temidas enchentes. Mas o pior é que isso já virou uma rotina na vida do itaperunense!

Desde quando era criança já sentia esse temor! Naquela época nós morávamos numa casa alta onde atualmente é o edifício Rotary e da janela do meu quarto acompanhava o curso das águas que invadia as ruas até a altura da Avenida Cardoso Moreira. Ouvíamos todo tipo de recomendação sobre o quão perigoso era pisar naquelas águas que traziam muitas doenças e transformavam a cidade num imenso lamaçal!

Era triste e feio de ver! Era ruim sentir que uma ameaça pairava sobre nós!

Cresci. Tive que sair da cidade para estudar e quando volto em 2010 para trabalhar como secretária municipal, desejosa de colaborar com a cidade, me certifico que esses problemas se agravaram.

Pude concluir que Itaperuna só possui 2 estações do ano: a seca e as enchentes. Como se pode progredir assim?

Tratei de ouvir especialistas e buscar ajuda nos lugares certos.

Aprendi que para conseguirmos maiores recursos em verbas e equipamentos deveríamos ter uma secretaria de defesa civil única e independente. Nos empenhamos bastante em agilizar tudo o que pudesse ser feito para prevenir as tragédias com o monitoramento do prefeito Claudão que ansiava por solução. Então, podendo contar com o empenho do Coronel Douglas, do Capitão Joelson do Secretário Municipal França e a compreensão da Câmara Municipal, conseguimos realizar essa conquista. Hoje Itaperuna conta com uma secretaria de defesa civil e está apta a receber maiores recursos do governo estadual e federal. Sabemos que muito ainda existe a se fazer para melhor equipar e estruturar uma secretaria de tamanha importância para a cidade.

Fizemos reuniões com autoridades no assunto que propunham desde soluções simples às mais sofisticadas como conseguir instalar um canal Extravasor para desviar o curso das águas evitando enchentes na cidade. Porém junto a essas iniciativas deveríamos ter iniciado em janeiro de 2011 o projeto de reflorestamento de 97% de nossas matas ciliares para segurar as encostas e impedir o assoreamento dos rios. Todos sabem que o rio fica cada vez mais raso porque a água da chuva que bate nos morros sem vegetação para segurar a terra faz com essa terra se escorra e se deposite no fundo do rio tornando-o cada vez mais raso. Quando a chuva cai no rio sem profundidade a única saída das águas é se espalhar pelos arredores.

Essa proposta de proteger a cidade dos estragos causados pelas enchentes reivindica muito do governo municipal, estadual e federal, mas apela também para a conscientização da população em geral e dos órgãos de classe. É de extrema necessidade que cuidemos do lixo de nossas casas, do comércio e das ruas e é fundamental nos acostumarmos a não jogar lixo e objetos no rio. Atitudes sensatas que muito podem ajudar a cidade a se prevenir das enchentes!

Naquela época fui designada pelo prefeito Claudão a pedir uma solução ao governador para os problemas que sempre ameaçaram a cidade e ele (Sérgio Cabral) se mostrou sensibilizado, me encaminhando diretamente para a secretaria de meio ambiente pedindo a construção de um projeto que atendesse as necessidades de Itaperuna. Cheguei a mencionar o projeto do canal Extravasor que foi autorizado verbalmente pelo governador a ser desenvolvido pela mesma secretaria.

Tínhamos muitos problemas, mas os estudávamos atentamente abrindo nossas mentes para buscar a ajuda certa no lugar certo. Nesses nove meses à frente de uma secretaria municipal muito aprendi sobre a arte da política. São sinuosos os muitos caminhos que levam Itaperuna a ser contemplada com o bem que merece, mas insistimos em desenvolver a arte de descobrir os atalhos. Temos que saber claramente o que precisamos e defender com muita convicção as nossas necessidades e prioridades. É um exercício permanente de humildade, foco nas metas a serem alcançadas pelo governo e confiança nos propósitos que se tem no coração!



Infelizmente não tiveram prosseguimento nenhum dos tantos projetos assinados e iniciados pelo Claudão que iriam deslanchar em 2011 muito beneficiando nossa cidade! Lamentamos muito por esse comportamento vaidoso, individualista e absolutamente fora de propósito! Essa conduta assumida por muitos políticos já não é bem vista pela população que clama por um administrador que coloque a cidade em primeiro lugar!

Porém acreditando na sensibilidade dos itaperunenses e no desejo de ver a cidade caminhar em direção ao enfrentamento de seus problemas e em busca de soluções inteligentes, desejo ao novo prefeito Alfredão e sua equipe muito amor a Itaperuna, muita determinação e coragem para dar a cidade o que ela realmente precisa: UM BOM COMEÇO.


 Por Claudete Machado Cerqueira
Publicado na Estilo OFF - Ano 6/ nº 58 - Fevereiro 2013
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012




Um pouco de mim‏
                                                                                                         Por Claudete Cerqueira


Mais um ano se passou e sempre vem uma certa nostalgia do tempo que se foi e alguma excitação com o novo tempo  que  virá.  Saudades, lembranças, planos e muitas ideias surgem no emaranhado festivo de dezembro que se incumbe em despedir e  saudar  em forma de  confraternização.
Neste ano que se encerra ao pensar nas mensagens que quero enviar, nos familiares que desejo abraçar, nos amigos que quero rever e nas graças concedidas a agradecer encontrei um momento de silêncio dentro de mim. Sim, porque é fácil estar atenta aos pedidos dos outros... buscar corresponder ao que esperam de nós... cumprir obrigações, manter em dia as responsabilidades da vida, pois isso já está no automático, fazemos isso como quem escova os dentes ao acordar. Difícil mesmo é priorizar esse momento de encontro em que nos conectamos com nosso interior buscando um diálogo interno, que possa nos revelar cada vez com mais clareza aquilo que ansiamos e tenhamos coragem de nos reconhecer e nos enfrentar em nossa ambiguidade!
Que possamos relembrar os momentos em que estávamos fragilizados e não tivemos coragem de lutar...
Ou que estávamos suficientemente seguros para dizer não e seguir em outra direção...
Ou ainda quando tivemos que tomar uma decisão que surpreendeu  e talvez tenha magoado alguém...
Dos medos, insegurança e omissão que talvez tenham roubado de nós mais uma maneira de ser feliz...
Das palavras  pronunciadas de forma descuidada que acabam atingindo ao outro...
Das dores que sofremos e que causamos...
De tudo que fizemos por nós e do que não nos permitimos fazer! Mesmo podendo...
E nesse ir e vir dos caminhos que escolhemos na vida existe uma pausa para pensar, um momento de reflexão para averiguar se realmente estamos indo na direção do que mais importa: do sentido que podemos dar à nossa existência cada vez que temos coragem de dizer sim ou de pronunciar um sonoro não.
Sim, temos esses e tantos outros direitos, mas parecemos sempre comprometidos com os imaginários deveres que ditam uma regra de bem viver que nem sempre se encaixa no que é bom para nós. Então posso me perguntar: qual é mesmo o meu regimento interno de bem estar no mundo? Eu já criei o meu? Eu sigo esses princípios?
Para o mundo dou muito de mim, mas quero nesse Natal um presente muito  simples e especial. Não quero nada que seja comprado, cobiçado ou socialmente supervalorizado. Quero apenas um pouco de mim.
Peço a mim mesma e aos céus que me concedam esse encontro comigo mesma para que eu possa me rever me revelar, me surpreender, me reciclar e continuar me encantando pela vida!
E é desse momento que me apodero para me lembrar que posso continuar fazendo escolhas, desatando meus próprios nós, aprendendo a  fazer acordos internos que me ajudem a  me libertar mais a cada dia para poder seguir em direção  ao sentimento de realização e de felicidade.
E tudo isso é apenas um pouco de mim!
Que neste Natal e em todos outros de sua vida você possa ter muito de você, carregando sempre dentro de si a certeza de ser uma pessoa amada, amiga, bem-vinda e que sua presença faz toda diferença nesse mundo de Deus!
Feliz Natal e um 2013 abençoado para todos vocês!

Por Claudete Cerqueira / Publicado na Estilo OFF/ Dezembro 2012.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

 
O Adeus ao Seresteiro 
                                                                                             Por Claudete Cerqueira

A vida me concedeu a alegria de conhecer o Sr Ivan Mury!
 
Lembro-me sempre do quanto era bem recebida em sua casa, por ele e Dona Lucy, casal que irradiava simpatia, simplicidade e bom acolhimento.
 
Dona Lucy sempre sorridente e Sr Ivan na sala, imponente, sentado com uma postura impecável, segurando o seu violão como quem carrega o mais nobre dos troféus!!! 

Meus olhos se apressavam em correr atrás de seus dedos velozes que lindamente dedilhavam "saudade do matão" e muitos outros  belos clássicos da música popular brasileira! 

Ficava ali desfrutando aquele momento mágico e admirando a perfeição da técnica daquele violonista virtuoso, um concertista de alto padrão digno de uma plateia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro ou de qualquer outra grande capital. No entanto esse músico de primeira linha, de olhos claros e voz rouquinha nunca estudou num conservatório ou numa escola de música.

Já nasceu pronto, como nascem os bem dotados e abençoados por Deus! Seu violão era o grande companheiro das horas de folga após a longa jornada de trabalho em suas fazendas. E seu melhor amigo, também violonista renomado e fazendeiro, o ilustre René Zanelli era o seu melhor amigo e o seu maior parceiro, na vida e na música. Amizade verdadeira de uma vida inteira! 

A serenidade sempre foi, a meu ver, a característica mais marcante do  Sr Ivan Mury. Conseguia administrar trabalho, vida familiar, negócios, amizades e seu amor à música com total maestria.
Manteve uma sociedade harmoniosa e próspera com seus dois irmãos Ênio e Guaraná e expandiram seus negócios adquirindo mais fazendas também na Bahia, porém sempre mantendo as de Itaperuna.

De seu casamento feliz com Dona Lucy Tinoco nasceram os três filhos: Wellington Jorge Ivan e Ivone. Depois vieram os netos e os bisnetos. 

A filha caçula Ivone, certamente soube se apoderar da herança que lhe deixou seu pai: a de saber levar a alegria aonde quer que ela vá...e muito aprendeu sobre o valor da família e da amizade.

Como afirma o René Zanelli:"Ivan tinha o dom de abrir as portas para os amigos. Era como um irmão mais sábio,que conquistava , que intermediava e conciliava.” 

Ao pensar na vida do Sr Ivan ainda  me lembro de  algumas conversas que tivemos e de uma frase que ele dizia:
" ­­­­­­– Onde chegamos com a música levamos alegria e ganhamos novos amigos !"

Seu compositor favorito era Dilermando Reis e sua música preferida ABISMO DE ROSAS.
Também me lembro carinhosamente da música que ele me pediu para cantar enquanto tocava ao violão: "Bate outra vez com esperanças o meu coração...."
Cantamos juntos por algum tempo essa e outras músicas e foi muito bom!

O coração dele parou no dia 6 de outubro de 2012, ao lado da dedicada acompanhante dona Elma, após longos meses de luta e sofrimento deixando muita saudade e a certeza de que marcou sua presença entre nós e muito contribuiu para a cultura itaperunense. 
Mas meu coração continua batendo forte, cheio de esperança que ele, o nosso seresteiro romântico, continue dedilhando suas valsas no paraíso, na casa de Deus e ao lado de Lucy, seu grande amor!

Adeus Seresteiro!
 
                   Por Claudete Cerqueira/Estilo Off, Novembro 2012
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

As "Carminhas" da vida real

 
 
As "Carminhas" da vida real

                                                                                     Por Claudete Cerqueira


Este tema já é tão conhecido de todos nós, que às vezes não lhe damos a devida atenção, supondo que isso só acontece na ficção em forma de filmes e novelas. Porém, pasmem! Tudo isso é passível de acontecer bem embaixo do nosso nariz!

Tenho acompanhado histórias de famílias que padecem de um sofrimento sem igual: ver seus parentes fragilizados serem manipulados emocionalmente em troca de vantagens materiais.

O processo de aproximação geralmente começa de forma premeditada escolhendo o alvo mais forte a ser atingido. A vítima pode ser seduzida exatamente pelo meio que ela mais valoriza ou que mais precise naquele momento. Pode ser por intermédio da fé, da caridade, da amizade ou de uma boa companhia.

A primeira tática a ser utilizada é ganhar a total confiança da pessoa em questão. A partir daí as "Carminhas" vão conseguindo se instalar e se tornarem únicas, insubstituíveis, podendo até virem a se transformar no universo da outra!

Imagine! Aquela pessoa desconhecida vai entrando na sua família e se fazendo passar por melhor amiga, confidente, companheira, e essa pessoa "tão prestativa” pode acabar se tornando a DONA DE TUDO: das vontades, dos desejos, das ideias e principalmente da conta bancária da outra.

É muito doloroso termos que constatar que o mundo se transformou num lugar que nos faz desconfiar de pessoas que nos parecem tão próximas e dedicadas! Porém sabemos que infelizmente existem pessoas com desvios comportamentais e de caráter e que não hesitam em exercer seus patológicos encantos para obterem o que desejam, mesmo que isso custe o sofrimento de uma família inteira, que começa a se desentender quando alguém quer mostrar a realidade que a pessoa atingida já não consegue mais absorver!!!

Existe mesmo gente assim?

Por que será que as pessoas puras, generosas e de boa fé se transformam num alvo tão fácil?

Na novela vimos o jogador Tufão entregar sua vida, seu dinheiro e seu coração à Carminha, movido pela culpa.

O tempo passou ... ele deixou escapar seu grande amor e se casou com "a pobrezinha indefesa"que prometeu proteger. Mas ele tem sido descaradamente traído dentro de sua própria casa pela "santa Carminha" que usa o padre e as obras sociais para maquiar seu verdadeiro caráter. Que show de interpretação de longa duração!!! Bravo! Até quando?!

Mas as "Carminhas da vida real" também trazem nos lábios aquele sorriso encantador, voz de pura mansidão e entoam virtuosamente "o canto da sereia” que hipnotiza os pescadores com aquela linda sonoridade, mas os faz nadar até o fundo do rio, de onde não poderão mais retornar. Que pena!!! (dizemos nós, tocados e comovidos). Mas os sedutores celebram em êxtase! Relembro, nesse momento, a cena da novela na qual aparece a Carminha eufórica zombando dos otários, se gabando de seus predicados e ao dançar freneticamente canta bem alto: eu quero “tchu... eu quero tcha... eu quero tchu...tcha,tcha...tchu... tcha,tcha,TCHAAAA.”

Como será que vai terminar a novela? A Carminha vai ser desmascarada e ter o lugar que merece?

Os honestos são tidos como otários e os espertos e aproveitadores se tornaram heróis?

Ainda ansiamos que o bem vença o mal!?

“oi, oi, oi.”

Por Claudete Cerqueira / Revista Estillo OFF de Outubro/2012
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terça-feira, 26 de junho de 2012

O Valioso tempo dos maduros

 

 

O Valioso tempo dos maduros

O valioso tempo dos maduros
Mario de Andrade

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

 Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

 Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

 Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...

Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."
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terça-feira, 19 de junho de 2012

Primeiro Fórum Nacional do PRB -





DISCURSO DO MINISTRO MARCELO CRIVELLA

Primeiro Fórum Nacional do PRB

Senhor Presidente Nacional do PRB, Marcos Pereira

Senhoras e senhores  Deputados Federais, Estaduais e Vereadores

Senhoras pré-candidatas e senhores pré-candidatos do PRB

Demais autoridades e amigos presentes a essa convenção.

O PRB é diferente.
Ele não é um condomínio de interesses pessoais, um palco para desfile de vaidades ou um trampolim para ambições desvairadas e vazias.

O PRB é diferente.
Ele é a forja das nossas convicções, um imenso alto forno onde se funde nossas  idéias e os nossos  ideais. É a  união de milhões  de militantes espalhados na vastidão do nosso território que se politizam, se organizam e se preparam para ocupar o poder e construir o Brasil dos nossos sonhos.

O PRB é mesmo diferente.
E todos hão de saber que o propósito que nos anima e o sonho que nos acalenta é a vocação de servir e  que  se materializa no idealismo e na renúncia e  vê no mandato a oportunidade  apostólica de cumprir uma missão.

O PRB é diferente.
É o partido  para quem na vida acredita,  que Deus coloca no coração do povo a generosidade e a determinação de fazer do menor o maior e do último o primeiro, quando no coração desse menor e desse último, existe o compromisso sagrado de fazer do interesse público a sua razão de existir.

O PRB foi ontem o nosso sacrifício para sua criação . Hoje é o nosso desafio. Amanhã há de ser o marco eterno  da nossa luta  política.

O PRB é diferente.
ELE É a herança de José Alencar Gomes da Silva  e há de trilhar o mesmo caminho de honra e dignidade que ele trilhou.

Nas  próximas eleições, o Pais assistira o crescimento  de um partido dinâmico onde cada militante será um legionário incansável que irá bater em cada porta de cada rua, em cada rua de cada bairro, e em cada bairro de cada cidade, e pagaremos qualquer preço, suportaremos qualquer encargo, as mais duras renuncias e os mais amargos sacrifícios , e venceremos todos os obstáculos  para fazer surgir nesse País  uma alvorada redentora, uma clarinada de fé e de civismo, uma mensagem de esperança a todos os corações de que é chegado um
novo tempo na política  em que um cidadão de bem não sinta vergonha de ser brasileiro.

Ao terminar  me permitam relembrar um fato.  Disseram na imprensa que nós não teríamos candidato a prefeitura de São Paulo. Insinuaram que agíamos com a sorrateira e contumaz malícia dos políticos profissionais. Tentaram convencer o povo de que havíamos negociado a candidatura de Russomano para assumir um Ministério.

O PRB é diferente.

A esses detratores da honra alheia vamos dar a resposta nas urnas.

Celso Russomano: Tres palavras companheiro: Vitória, Vitória, Vitória!!! 

domingo, 10 de junho de 2012

O ANEL DA FAVORITA
Por Claudete Cerqueira


        Em muitas culturas encontramos a mesma tradição de presentear a mulher amada com um anel.
        Nas histórias de amor de reis, rainhas, príncipes e princesas os pedidos de casamento sempre vêm representados por um anel de ouro cravejado de pedras preciosas. Um presente valioso para expressar  o grande significado daquele momento!
       Recentemente o mundo  girou em torno do casamento do príncipe William com Kate, consagrado com o lindo anel de safiras que pertenceu a Lady Di. Esse anel se tornou o principal objeto de desejo dos casais apaixonados e logo em seguida, mulheres de todo o planeta cobiçavam ter em seu dedo uma réplica daquela jóia de princesa, mas que acima de todo valor material declarava que o homem desejava fazer de sua amada...  a sua rainha! Que romântico!
     Pode até soar fora de moda, meio conto de fadas, mas será que a imortalidade dessas histórias não se deve ao fato  de carregarmos dento de nós o desejo mais profundo de encontrarmos nosso príncipe encantado? O que significa isso nos dias atuais? Para um número significativo de mulheres encontrar um homem de bem, confiável, com uma carreira da qual se orgulhe, que as façam se sentir amadas e apoiadas e que desejem construir com elas uma vida a dois, já é a concretização desse sonho.
     Mas, ainda hoje presentear uma mulher com um anel de noivado é um clássico e independente  do preço, é uma linda forma de materializar o amor! Por isso é tão fascinante acompanharmos os casamentos  reais, os casamentos das celebridades, pois eles projetam de forma mais glamourosa o desejo íntimo de encontrar de encontrar nesse mundo o nosso par e viver um grande amor!...
     Um amor que dure para sempre...um amor que seja eterno enquanto dure...um amor até que a morte os separe, e que,  às vezes, nem a morte consegue separar!!!Conheço  de perto um amor assim!
     Como o amor pode ser um presente e sua ausência um castigo?!...
     Mas viajando nas variadas formas de amar e de expressar o amor simbolizado num anel, me encantei com a história do anel da favorita. Em Istambul, na Turquia, antiga sede do Império Otomano, ainda se pode visitar o Palácio de Topkapi, que foi a residência oficial dos sultões por muitos séculos. Atualmente transformado em  museu ainda fascina os visitantes com histórias da Casa da Felicidade, o harém mais
famoso do mundo.
      O harém tem um significado para os turcos muito especial de lugar recluso,sagrado, longe de ser um local de orgias sexuais. Em decorrência da religião muçulmana todo homem tem direito a ter quatro esposas e a primeira esposa ocupa um lugar de destaque na hierarquia desse casamento.
     As princesas de outros países, mulheres da corte, e odaliscas habitavam o harém que era comandado pela mãe do sultão. As mulheres eram selecionadas para uma noite de amor com o sultão e a que conquistasse o seu coração seria eleita sua favorita recebendo o sultanado e podendo seu filho vir a ser o herdeiro e sucessor do sultão.
       O sultão presenteava cada uma de suas esposas com um anel. A primeira esposa, a favorita, recebia um anel com quatro anilhas de pedras preciosas. A segunda recebia um anel com três, a terceira, com duas e a quarta com uma anilha contendo as quatro pedras preciosas. Cada uma delas possuía um significado especial: o diamante - a pureza, a  safira - a esperança, a esmeralda - o paraíso  e o rubi - a fidelidade.
       O momento mais sonhado pelas mulheres era o de imaginar o sultão colocando em seu dedo aquele maravilhoso anel com quatro anilhas de pedras preciosas.
         O anel da favorita ostentava o poder em todas as suas manifestações. Era o troféu da mulher que dominava a arte de seduzir, de saber  se fazer amar e ser eleita "a favorita!"
          Acredito que não seja necessário ser sultaneza para exigir exclusividade. Relações de amor, de toda a ordem, consequentemente podem desejar fidelidade.
          Existem  muitas crenças a respeito de um amor bem-sucedido. Alguns pensam que o amor é doação total e podem acabar anulando...outros acreditam que o amor é uma conquista diária e vivem conquistando!
          São infinitas as formas de vivenciar uma relação amorosa, mas inquestionável constatar em nossa cultura, é que o amor exige dedicação e reciprocidade.
          Falando em reciprocidade não poderia deixar de mencionar o gesto mais tocante de todos os tempos, a meu ver, quando se fala em provas  de amor. É a história verídica de Wallis e Edward, um príncipe que renunciou ao reinado para viver ao lado da mulher amada.
           Wallis Simpson, a futura duquesa de Windsor, foi presentada por seu príncipe Edward III, que logo após anunciar a desistência do troco vai correndo ao seu encontro e lhe entrega um lindíssimo anel  de esmeralda personalizado com a seguinte frase:" we are ours now" que significa "nós somos nossos agora".
          Ela recebeu,  naturalmente, seu anel de favorita e soube desfrutar o verdadeiro e precioso amor que o príncipe dos seus sonhos e do seu coração lhe dedicava e juntos viveram felizes um amor recíproco e compartilhado.
          Ganhar um anel que registre os grandes eventos de nossa vida, como por exemplo, um noivado, um aniversário de casamento, o nascimento de um filho,e realmente uma experiência muito agradável é dá uma  forma concreta à emoção sentida, mas o mais importante mesmo é que com ou sem anel cada pessoa possa se sentir única, exclusiva, a eterna favorita do ser amado!
       
A todos que amam,
Feliz Dia dos Namorados!

Por Claudete Machado Cerqueira
Publicado na Revista Estilo Off ,  junho 2012.
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domingo, 20 de maio de 2012

História de uma linda moça...





Publicado em 09/05/2012 por
Claudete Cerqueira recita poema de Geraldo Alvim e Luiz Gonzaga Nuss Teixeira por ocasião da reunião semanal da Associação Voluntários Amigos de Itaperuna - AVAI - no dia 08 de maio de 2012, antevéspera do 123º aniversário de Itaperuna. Cujos autores são Presidente e Vice-presidente da Associação.

Estava chovendo, por isso barulho ao fundo.
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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mães descoladas…avós antenadas e bisas encantadas!



Mães descoladas…avós antenadas e bisas encantadas! 
Por Claudete Machado Cerqueira 
     
                          
                                              Lasar Segall - maternidade 1931


Quando minha primeira filha nasceu fui arrebatada por uma emoção tão forte que me fez compreender a dimensão da maternidade. Experimentei  sensações que se apoderaram de todos os meus sentidos, mas mesmo assim eu não conseguiria descrevê-las!

Na tentativa de transformar esse momento em imagens poderia dizer que a chegada daquela criança se traduzia em corações em festa, celebração grandiosa como um céu de réveillon na praia de Copacabana com todos aqueles fogos de artifício, luz, cores, sons e formas explodindo, se derramando e desenhando o céu. Era verão e por coincidência, véspera de ano-novo e a cidade já iniciava suas comemorações em ritmo de carnaval.

Meu primeiro e único ano-novo dentro de um hospital foi o melhor de toda a minha vida! À meia-noite, ao som dos fogos, agradecida e temerosa ao mesmo tempo com a missão que eu recebia, pedia a Deus que me orientasse, protegesse minha filha e fizesse de mim uma boa mãe.

Dois anos e meio se passaram e mais uma pessoa chegava para ampliar e concluir nosso projeto de construção familiar: nascia nossa segunda filha! Porém desta vez vivi a mesma forte emoção de forma completamente diferente. A sensação de beleza imensa vinha revestida de pura mansidão! Tinha o sabor do friozinho aconchegante das noites de inverno na serra, em frente à lareira, olhando a linda lua cheia refletida num lago azul, ouvindo  serenata de Schubert em harmonia com os sons da natureza. Cabiam aqui perfeitamente as frases de Luiz Vieira: “parto de ternura, paz do meu amor”.

Quando a vida me surpreendeu anunciando que chegou a hora de me tornar uma avó sofri um tremendo impacto. Estava feliz, mas confusa! Como isso podia acontecer comigo? Ainda me sentia tão jovem e não estava preparada para administrar tantas situações ao mesmo tempo!” Me sentia no olho do furacão!  

Tive que admitir que cinquenta e poucos anos se passaram e agora eu era uma cidadã de meia-idade. Essa frase clichê inicialmente me trouxe uma carga horrível. Puxa vida, logo eu que me empenho tanto em ser uma pessoa atualizada... O que isso tem a ver? Mas, fui me acalmando, assimilando os fatos, focando o lado bom dos acontecimentos e então pude entender e me apoderar da graça que me foi enviada.

A gravidez de minha primeira filha me fez reviver todas as alegrias e inquietações de minhas duas gravidezes, porém com muito mais leveza.

Chegou a hora do parto!

Quando vi meu neto pela primeira vez fui tomada por uma sensação de encantamento e gratidão a Deus que mais uma vez nos abençoava! Nascia João Gabriel transformando nossas vidas num oceano de amor! Assim que o peguei no colo, imediatamente improvisei uma breve e amorosa canção de ninar: ”João Gabriel, João Gabriel, menino amado, presente do céu!”
Na minha cabeça um filme se passava ao som do meu agitado coração!
Era uma mistura de sonoridade imponente de uma orquestra sinfônica com sons muito suaves de uma caixinha de música!

 É assim... os sentimentos brotam!

Sabemos ser filhas e aprendemos com nossas mães que a maternidade é experimentar um amor sem limites! Cada filho que chega é amado de forma única! Podemos ter mais afinidade ou facilidade de comunicação com um ou outro, mas o amor que pertence a cada um deles é indiscutível!

É possível exercer a maternidade (no seu mais amplo conceito) de muitas formas. Existem mães biológicas, mães adotivas, tias, madrinhas, professoras, avós e até madrastas que  podem se revelar ótimas mães!

Penso nas enfermeiras, que parecem fazer de cada ser frágil e acamado nos hospitais, um filho seu! Nos padres, freiras e voluntários que recolhem órfãos e lhes dão um lar, uma família, uma profissão.

E o mais incrível é podermos constatar que nos dias atuais alguns homens têm assumido a guarda dos seus filhos e os criam lhes dedicando todo amor que a mãe não pode lhes dar.

O mundo mudou... a família mudou e assume as mais diferentes combinações.
Vemos mães descoladas, trabalhadoras e produtivas. Também encontramos  mulheres que assumem categoricamente que não desejam ser mães. Que bom quando a maternidade pode ser uma escolha!

Na versão atual das avós encontramos mulheres cada vez mais “antenadas”, ocupadíssimas com sua agenda, no auge de suas carreiras ou ocupadas com sonhos a realizar, mas que sempre encontram um tempo pra falar e conviver com os netos! Se alguém perguntar por eles tem assunto pra noite inteira.... Cá pra nós, vamos nos tocar que deve ser uma chatice ter que aturar tanto deslumbramento!

Fato maravilhoso dessa geração é a presença gloriosa das bisas!

Elas surgem e se multiplicam no cenário, cada vez mais orgulhosas e fascinadas  em poder vivenciar a maternidade se expandindo e atravessando gerações. Poder conviver com elas e desfrutar do amor que só elas sabem dar, é realmente uma dádiva!

Amar, acolher, proteger, orientar, fazer com que o outro se sinta bem-vindo e desejado pode fazer toda diferença! Experimentar a sensação protetora e integradora que o amor materno pode propiciar é algo determinante na vida de uma criança.

Ao nos tornarmos mães, avós e bisavós podemos confirmar a nossa verdadeira arte de amar!

Parabéns às mães descoladas, avós antenadas e bisas encantadas que com o ingrediente mais precioso da criação, “o amor” , encontram remédio para todos os males, transformam em doçura as amarguras da vida e quando sentimos medo da escuridão,  sabem nos mostrar as estrelas reluzentes no céu!

Parabéns a todos que exercem de alguma forma a maternidade!

FELIZ DIA DAS MÃES!

 Por Claudete Machado Cerqueira
 Publicado na Estilo OFF - Maio 2012